outubro 17, 2016

Meu filho tem alergia ao leite, o que fazer?

bebe aplv

Uma das coisas que mais apavoram os pais é saber que seu filho tem algum problema de saúde. Por aqui vivemos nove meses e meio achando que Ivan poderia comer de tudo, já que ele mamava no peito e eu comia de tudo enquanto amamentava. Ele nunca sofreu com muitas cólicas, não tinha sangue e nem muco nas fezes, nunca ficou empolado e mesmo na introdução alimentar dele, não apresentou nenhum desses sintomas. 

Minha ideia era apresentar o leite de vaca quando ele fizesse um ano, como é recomendado pela Sociedade Brasileira de Pediatria. Quando Ivan fez cinco meses ele parou de ganhar peso como vinha ganhando. Começou a ser considerado quase abaixo do peso e começamos a investigar o que seria. Quando ele fez sete meses, a pediatra passou o complemento para ele, as famosas fórmulas em lata. Relutei, eu sempre fui contra, já que tinha leite e Ivan ainda mamava. Quando ele fez nove meses e o peso continuava baixo, quase no limite da curva de crescimento, resolvi ouvir a pediatra e comprei uma lata de leite complementar. Dentre as opções que a pediatra passou (Aptamil, NAN e Enfamil), escolhi a Enfamil Premium 2, por parecer menos pior, já que eu ouvia muitos relatos de bebês com prisão de ventre com as outras. 

Bom, era para ele mamar à noite, como foi receitado. Dei de manhã para observar se ele teria alergia, porque uma amiga minha descobriu a alergia ao leite da filha quando ofereceu Aptamil. E o pior aconteceu. Ivan mamou 50ml, começou a ficar empolado, a boca inchou, as costas, as pernas tudo tinha placa. Olhei para a língua dele para ver em que grau a alergia estava e estava inchada, meu filho não conseguia chorar e eu via que ele queria. Estava tendo anafilaxia. Liguei pro meu marido e pra pediatra, que mandou eu correr pra emergência. Nessa hora Ivan vomitou a primeira vez. Saiu não apenas o leite, mas a fruta da manhã que ele tinha comido. 

No hospital ele vomitou pela segunda vez, no exame acusou anafilaxia mesmo e ele teve que tomar adrenalina e ficar no soro. Também tomou corticoide. Por questões de segurança ficou em observação 24 horas no hospital. Foi tratado como APLV, ainda que não tivessem feito nenhum outro exame. Voltei a dieta tradicional e fiquei com raiva de mim por não ouvir meu instinto de não dar fórmula. Se eu tenho leite, é o meu que ele vai tomar.


Na semana fomos à pediatra e ela passou exames de sangue. O resultado? Uma alergia ao leite alta. À alfa lactoalbumina e beta lactoglobulina, além da caseína. Como ele mama no peito, eu tive que cortar o leite da minha alimentação. Isso inclui todos os derivados. Os primeiros dias foram os mais difíceis, porque tive que abrir mão de tudo que eu gostava: pão de queijo, cappuccino, biscoito, iogurte e alguns doces.

Felizmente existem opções sem leite no mercado. Não adianta ser zero lactose, porque a lactose é apenas o açúcar do leite e meu filho tem alergia a tudo do leite. Passei a pesquisar receitas, substitutos e consegui viver naturalmente. Minha rotina agora é ler rótulos. Leio todos detalhadamente. Alguns dizem não ter leite, mas possuem manteiga ou lactato. Ainda há aqueles que contém traços. Faço tudo pelo meu filho. Logo ele desmamará e eu voltarei a comer o que eu quiser, mas esse benefício de dar a ele o leite materno pelo maior tempo possível eu não abro mão. 

Se você é mãe e descobriu que seu filho também tem alergia ao leite, calma. Assusta, porque não sabemos até quando ela durará. Dizem que com um ano diminui, dizem que não tem cura para alguns. Seja lá qual for a previsão, dá para comer bem e viver sem leite. Em outro post posso contar quais são os alimentos que ando comendo - e eles servirão como base mais para frente quando Ivan puder comer também. 

O primordial é ter um acompanhamento médico de perto. Hoje Ivan é consultado com a pediatra dele, uma nutricionista e um gastropediatra. Todos eles analisam de perto a alergia e o ganho de peso. Falando nisso, ainda que ele não tenha tido nenhum quadro alérgico desde que nasceu - só descobrimos após o Enfamil - a dificuldade de ganhar peso estava relacionada a essa alergia. Em outros bebês, o que a mãe come já causa placas avermelhadas e sangue nas fezes, então mesmo que seu filho seja assintomático como o meu, na hora de oferecer leite, faça sempre de dia e sob supervisão.

Esse post vai ter continuidade, porque a luta tá só começando! Agora quero saber de vocês que vivem a mesma realidade que eu: que dicas, produtos e receitas vocês costumam fazer? O filho de vocês teve cura? Com quantos anos? Vamos nos unir e nos ajudar!



Priscilla
Priscilla

Mãe, esposa, jornalista e dona de casa. Adora cuidar do lar, de música e gatos. Aquela dos olhos coloridos.

Um comentário:

  1. A minha sobrinha tem alergia da proteína do leite e sempre estamos comprando bolachas e biscoitos que não tem leite.

    No facebook tem um grupo de mães.. eu não sei o nome direito mas, vou me informar aí te falo.

    Um beijo,

    www.purestyle.com.br

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