Mas então porque, nós, seres humanos somos o único ser que tem que medir consequências em atos? Precisamos analisar palavras para não magoar ninguém, temos de ter parceiros fixos e não podemos fazer sexo em público!
Não que eu queira sair por aí transando na rua, nem trair meu namorado...só não entendo porque tanto moral em torno disso.
Vi minha vizinha rindo de um gato carcando uma gata no meio da rua e ela ainda disse:" - daqui a pouco teremos muitos gatinhos por aqui."
Gatos podem, humanos não. Duvido se fosse eu lá, ela ia rir e dizer: aaah, daqui a nove meses temos uma criança na rua. Faz favor, né?
Na questão de fidelidade, não falei em intenção de trair (repito) e sim porque no reino animal várias espécies não tem parceiro fixo. Os bichos pegam e não se apegam, eles não sofrem dor de corno, não choram porque foram trocados. Porque não existe isso com ser humano?
Somos tão inteligentes, mas não sabemos controlar sentimentos.
Precisamos medir palavras, cuidar para não brotar sentimentos errados na pessoa errada.
A natureza em si foi bem generosa com os humanos dando a nós, poder ser a única espécie capaz de ter prazer. Em compensação deu doses cavalares de sentimentos para que esse prazer não fosse usado deliberadamente.
Sei lá. Só sei que um único poema foi capaz de me fazer pensar em tudo isso numa fração de segundos.
E eu preciso somente ler e não querer pensar.
Pensamentos e sentimentos são confusos e complicados demais.
Borboletas
Meretrizes
Fazem programa
No jardim.
Tão promíscuos
Os beija-flores
Beijam rosas
Beijam dálias
Beijam jasmins.
Todo dia é assim:
Uma orgia de inocência
No meu jardim.
No meu jardim.
(Ivan Santtana) - Orgia de inocência