novembro 26, 2010

Uma guerra chamada de pacificadora

Não adianta fingir que não é consigo. Não adianta tapar os olhos e fugir da realidade. O caos no Rio é real. Aquilo de Tropa de Elite no cinema existe e é aqui.
Essa semana está tensa para mim. Além de crises pessoais e profissionais, estou em época de provas, final de período e muitos trabalhos para entregar. Daí vem a bagunça que virou essa cidade com ataques terroristas. Nessa última quinta, 25, vi um ônibus ser queimado em frente a faculdade, vi carros de polícia passando na contra mão, vi o caveirão diversas vezes (com o escrito "pacificador" nele), vi bombeiros, vi o Bope, vi uma perseguição, vi uma guerra!

Imaginem como está meu estado emocional, sabendo que há poucos metros de casa queimaram um ônibus, no local onde eu pego ônibus para a faculdade!! Imaginem ir trabalhar e não conseguir se concentrar em uma pauta, porque tenho familiares na zona de confronto.
E além disso, tenho que estudar para as provas, fazer trabalhos imensos pra faculdade e apurar pautas e fechar a edição de um jornal. Sem condições.
Aquilo que o jornal noticia não chega a ser tudo que realmente acontece. Lógico que há muitos boatos, mas acreditem, só noticiam aquilo que deu tempo do repórter chegar.
O da minha faculdade, poucos noticiaram, o outro perto de casa também...sem contar os assaltos e o ônibus sequestrado que a estagiária lá do jornal estava.

Não tenho condições de um fim de semana típico carioca. Queria ter ido à Feira da Providência, ao show do Lenine, ao shopping e ao mercado. Minha rotina mudou totalmente por conta dessa baderna.

Não é culpa só e exclusivamente do governador e polícia. A culpa tá no desvio de caráter dos bandidos, de quem financia o tráfico e de quem não coordenou táticas de policiamento ostensivo nas ruas junto com as UPPs.

Não quis encher o post de imagens com o ocorrido. Ninguém merece ver tudo isso de novo.
Eu só quero desabafar meu cansaço novamente de tudo isso, da minha tristeza e revolta.
Vivo em uma insegurança, na cidade maravilhosa, mas que é refém da violência.

Governador diz: - mantenham a rotina normal.
Querido Cabral, isso é impossível. Repita novamente isso e eu mando um e-mail pro seu gabinete mandando o senhor se fuder e andar de ônibus.

Chove nesse momento na cidade. O céu chora.

Quero paz
Priscilla
Priscilla

Mãe, esposa, jornalista e dona de casa. Adora cuidar do lar, de música e gatos. Aquela dos olhos coloridos.

5 comentários:

  1. Amiguinha, muito triste isso que acontece no Rio, sou carioca, moro em Goiânia, tenho parentes aí e não estou tranquila, coração apertado, todos aqui preocupados e se perguntando, pq isso?
    Estamos aqui orando por todos vcs, nossos conterrâneos tão queridos e amados, para que esse sorriso e jeitinho carioca nunca deixem de existir.

    Apesar de tudo eu amo o Rio de Janeiro e tenho orgulho de ser carioca.

    Pelo post....

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  2. É tudo muito triste muito apavorante.
    Meu marido foi pra aí hoje ( mas já ta e volto) eu nem dormi direito!
    Mas onde ele foi não teve tumultos.
    Mas é nossa realidade, quem dorme bem?


    Beijos coloridos!

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  3. Nossa que duro!!!

    eu que não moro ai fico tensa com a situação. imagino vc... ainda mais fim de ano que já é tumultado e cheio de preocupações...

    Bjosss~***

    Nah =^.^=
    www.vaidadesutil.blogspot.com

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  4. Pri, teu texto ficou lindo...
    O episódio é terrível e temos que pensar sobre o que está acontecendo e qual a parcela de culpa que temos - todos temos um pouco!
    Lila Czar
    http://seviracom30.blogspot.com

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  5. Uma palavra resume meu sentimento em relação ao Rio: medo.
    Estamos reféns msm estando longe do centro do problema, msm pq, a cidade do Rio É o Centro do problema. Essa violência existe em todos os lugares, mas agora está mais focada pra essa ação da polícia.
    Sensação de que a vida parou e q só vamos conseguir retomá-la qnd isso td tiver fim, mas sabe Deus qnd isso vai acontecer...

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