Traquejo social

Ando percebendo muitas mudanças comportamentais em mim nos últimos tempos. Como já dito nesse post, cansei de muita coisa, desisti de muita gente. E acho que aí se encontra o meu novo comportamento. 

Percebi que ando reclamando menos das coisas e olha que reclamo muito! Mas diminuí as reclamações. É como se eu também tivesse cansado de reclamar das mesmas coisas, gastar saliva e tempo com aquilo que já sei que não vai mudar ou resolver. Coisas como roupa suja ou manchada, um copo quebrado ou um objeto perdido só me fazem suspirar e seguir adiante. 

Pessoas que me irritam, que vejo que não vão acrescentar em nada a minha vida ou não vão fazer a menor falta eu estou ignorando e excluindo da minha vida...e sem reclamar. Não falo nada, não discuto. Não vale a pena perder tempo com quem só enxerga o próprio umbigo ou não aceita outras opiniões.

Outra mudança em relação às pessoas é a revanche, a vendeta, a vingança. Ando exercendo e muito o "fez comigo, faço com você também". E vice-versa. No caso, as pessoas que não me deram parabéns no meu aniversário, não ligaram e nem se deram ao trabalho de deixar um recado no Facebook/Orkut ou mandar um email, estando online o dia todo, eu perdi totalmente a consideração. Gente que eu convido para ir a comemoração do meu aniversário e nem responde como se eu não me importasse. Porra, se eu convido é porque me importo. E se você não fala nada é porque você não se importa e né, looping infinito.

Eu é que não vou perder o meu tempo cancelando compromissos ou me rasgando pra encaixar uma visita a casa de quem nem "parabéns" me deu. Cansei e acabou essa sociabilidade toda. Eu é que não vou a evento que esse povo convida. Não vai a um evento que chamo, não vai a nenhum aniversário meu...tá expulso com cartão vermelho. Tirou zero com louvor.

E talvez a mudança mais significativa esteja na minha dose sincera de ser. Quando alguém me perguntava algo eu sempre respondia no meu "jeitinho sutil" de ser, como em: "vamos viajar no reveillon comigo e fulano e fulano? - Mánemooorta, eu é que não quero começar o ano olhando pra cara de biscate". Ou em "vamos beber no bar da esquina? - Cê jura que vou me enfiar naquele pulgueiro". Ou em "vamos comer no Joe&Leo's? -To pobre de marré, gastei tudo com a casa".

Hoje em dia eu respondo com as seguintes sequencias: -ok; -vou fazer o possível; -tô cansada; -tenho casa pra arrumar; -tô de piriri; -te ligo. E não faço mais nada além de dizer isso.

Porque né, quando eu era sincera e expressava os motivos, nego me chamava de grossa, de que eu nunca tinha tempo pra nada, que não tinha dinheiro, que isso e aquilo. Então aprendi a ser "fina" e dizer o que querem ouvir. Não sou eu dizendo, é o meu eu-domado. O Eu que teve que aprender a lidar com pessoas que não aguentam sinceridade. Gente que espera que topemos tudo e estejamos 100% livres quando eles quiserem. Gente que não aguenta uma verdadinha. 

O "aham, Claudia, senta lá" ultimamente só fica no "aham", porque nego não aguenta nem ironia. E isso vai me fazendo ser quem eu não sou, mas quem eu tenho que ser se quiser manter um pouco de cordialidade e paz entre os demais.

Fingir pra agradar os outros. Quem diria. Com quem eu sei que aceita sinceridade continuo mandando ver, mas com quem exige de mim....fique com meu "ok".

Mas é claro, porque não?