Um momento não acontece duas vezes

E começou o Big Brother Brasil para alegria de muitos e desespero de outros. Eu juro que não me importo com a existência do programa, afinal existe um controle remoto e a possibilidade de assistir diversas outras coisas. Também não me importo de quem comenta ou gosta do programa mais que a própria vida. Cada um com suas escolhas.

Acredito que o programa tenha lá sua utilidade. Para mim sempre vem com alguma lição. A que já aprendi nesse BBB 13 é: um momento não acontece duas vezes.

Deixa eu explicar: Boninho, diretor do programa, resolveu colocar na casa seis ex-BBBs. No BBB 10 deu certo, Dourado foi vencedor na sua segunda chance no programa. Mas o ritmo dele tava tranquilo, voltou mais "tranquilo" e agradou o público. Isso que importa e fim. Já os seis de agora tem como integrantes as duas maiores piriguetes ou biscates que esse programa já teve: Natália e Fani. Nem falo da Anamara porque ela não pegou ninguém, só fica no gogó.

Então que na terça (8) quando o programa começou e anunciaram elas duas foi um tal de "as festas vão ser as mais movimentadas, as biscates vão arrasar, pegar geral" e tal. Só que ontem teve a primeira festa, aquela que em todas as edições toca o terror e faz cada um beber mais que camelo numa poça no deserto. Primeiros comentários que li: "poxa, o tempo passou pra Nat, hein? Já não aguenta muito. Antigamente Fani já tava no chão. Rodada de tequila significa que vai ter pegação depois...oh, não teve".

É isso gente, as pessoas desejam muito que partes de sua vida tenham uma segunda vez, mas nada é como antes. Não adianta querer vivenciar algo de novo quando há novas bagagens nas costas.

É como se eu voltasse a sair em Petrópolis. Caso reabrissem o Zapata ou mesmo que eu fosse na boate Savana. Não seria a mesma coisa. Rolaria muita decepção de quem tivesse expectativa nessa volta: eu ficaria bêbada só de beber um copo de frozen! Não aguentaria ir até o chão, nem fazer vira-vira com as amigas. Que dirá rodada de tequila! Ia parecer a tia velha. O local poderia ser o mesmo, mas eu já não sou mais a mesma pessoa. Além da bagagem nas costas dos traumas e nojinhos que peguei. Ia querer minha ala vip, longe da galera xexelenta pra não ter que me irritar.

Tirando meia dúzia de amigos que ainda permanecem no ritmo das festas (e quase todos não tem o mesmo pique de antes), todos que conheço caso revivessem o passado iriam dizer o mesmo que eu: não tem a mesma graça.

Fora isso de festas, comparado diretamente com BBB, há momentos que passam e não dão mais para voltar: a escola, a faculdade, a casa que você morou na infância...o local permanece, as histórias não. Já dizia um filósofo: "Não se entra duas vezes no mesmo rio". Sabe porque? Porque "um rio nunca passa duas vezes pelo mesmo lugar".

Portanto viva o hoje e seja feliz e grato pelo que aconteceu no passado. Às vezes a segunda chance pode não ser como você esperou e venha a trazer frustração. Ao invés de querer reviver o passado, use o hoje para fazer novas histórias. Seja a lenda que ficou no passado, não queira destruir o mito.