Recebi esse alerta de uma amiga por e-mail. Aconteceu com ela aqui no Rio de Janeiro, no bairro da Tijuca. Fica a dica para vocês.
"Vou relatar o que aconteceu comigo na última quarta feira,
dia 12 de março:
Era quase 1 hora da tarde, havia deixado o neto na escola e
caminhei em direção à minha casa. Da rua Araujo Lima entrei na Senador Muniz Freire sentido Gonzaga
Bastos. Ouvi uma pessoa atrás de mim chamando: “Moça, por favor, me ajuda,
preciso saber onde é esta rua!”. Olhei pra trás e vi um homem baixo, baixinho,
com cara de desesperado. Não sei se existe gradação para classificar anões; se existir, ele é do
primeiro grau. Perguntei que rua ele estava procurando, ele perguntou se eu
sabia ler e tirou do bolso da camisa uma folha de papel dobrada em quatro e eu
abri para ler.
Olhei o cabeçalho e o rodapé e não vi endereço algum. No
cabeçalho tinha escrito Afonso Schmitd ... Financeira... (não lembro todos os
detalhes). Não estava datada e era encaminhado a Antonio Müller. Pelos meus princípios
(ridículos) não li o teor mas vi que continha alguns números. Disse-lhe, então, que eu não tinha como
ajudá-lo, pois não havia indicação de endereço. Perguntei pelo envelope e ele disse que deixou em casa pois tinha
molhado. Ele estava vindo de sua casa em
Xerém para pagar uma dívida do pai que havia morrido, com o tal Sr. Schmitd. Eles
ficaram amigos no navio quando vieram da Alemanha e aqui cada um tomou seu rumo. O pai trazia
sempre para o amigo produtos da fazenda (queijos, linguiças, ovos).
Algumas
vezes ele havia acompanhado o pai que entrava em uma daquelas ruas por ali, mas
que ele não se recordava mais qual era. Falou ter tido meningite quando pequeno
e por isso sua memória era fraca. Sempre fazendo voz chorosa e apelando para
sua ignorância insistia que eu lhe ajudasse, perguntando se eu não conhecia
aquele escritório ou alguém com aquele nome pela redondeza. Afirmei que aquela região era residencial e
que não conhecia ninguém com aquele sobrenome.
Foi aí que apareceu outro homem querendo saber o que se passava. Apresentou-se
como contador que estava vindo da casa de um cliente, naquela mesma rua e se
prontificou a ajudar. Pegou a carta, leu e disse: “O seu pai não tem dívida,
ele tem dinheiro a receber! E não é
pouca coisa, não!”. O tempo todo o baixinho citava “ensinamentos” aprendidos
com o pai, sobre caráter e honestidade de um homem. Então, o “contador” disse
conhecer um homem que morava na próxima rua e trabalhava em uma financeira.
Achava que o nome dele era Schmidt e que se o baixinho estivesse disposto iria
com ele até lá para tentar ajudá-lo. O baixinho então disse que só aceitaria se
eu fosse com o outro, pois confiava em mim por ter-lhe dado atenção e que ele ficaria ali naquele ponto onde
estava, pois por ser ignorante receava atrapalhar. E aí, lá fui eu, condoída
com a história daquele homem.
Numa feliz “coincidência”, quando chegamos ao trecho da rua
onde ficava o prédio que morava o tal Schmidt quem estava na porta do prédio,
falando no celular?, seu filho, que foi imediatamente reconhecido pelo
“contador”. Este fez questão de mostrar
que o rapaz tinha o tipo germânico, louro de olhos azuis. Citamos o nome do pai
do “baixinho”, ao que o “louro” disse que estava a alguns meses tentando
contato, pois seu pai estava muito preocupado porque fazia tempo que não tinha
notícias do outro e que temia que ele estivesse passando necessidade.
Como
devia dinheiro pediu que o filho fizesse o cálculo do valor corrigido e
enviasse carta convocando-o para o recebimento. Pediu desculpas por não
poder naquele momento ir ao encontro do
“baixinho”, porque seu pai, o Schmitd, havia sofrido um infarto e estava na
mesa de cirurgia aguardando o resultado de um exame que ele estava levando.
Abriu uma pasta para mostrar o exame (deu uma folheada sem tirar da pasta) e
dentro havia cópia da carta que tinha encaminhado ao pai do “baixinho”. O “contador e o “louro” trocaram os números
dos telefones depois que este afirmou que no escritório teria disponível uns trezentos mil, mas que facilmente levantaria
junto ao banco o valor correspondente à diferença. Assim, voltamos para encontrar o “baixinho” na
outra rua. Enquanto caminhávamos o “contador” tentava me convencer em pedir um
agrado pelo nosso esforço, mas eu não concordava.
Quando encontramos o “baixinho”, o “contador” sugeriu que
fôssemos conversar dentro do seu carro, que estava ali perto, pois íamos falar
de importância vultosa e seria perigoso conversarmos no meio da rua. Não
concordei, mas fui convencida pelo “baixinho” que dizia que só entraria se eu
fosse, pois era em mim que ele confiava. E lá fui eu para dentro do carro! Ali
o “contador” argumentou com o “baixinho” a dar uma importância a nós dois. Eu
mantinha de que não queria o dinheiro, mas o “contador” insistia em convencer-nos.
Até que o “baixinho” foi convencido e me disse que iria dar R$ 120.000,00 a cada
um, quisesse ou não. Então frisei que
não ficaria com ele, passaria adiante. A partir daí o “baixinho”, citava
repetidamente um dos “ensinamentos” do pai, “uma pessoa só não deseja uma coisa de outra
pessoa se possui a mesma coisa”. O “contador” disse que precisava resolver um
negócio que não iria demorar e desceu do carro, ficando eu com o baixinho que pediu
que eu explicasse porque as pessoas botavam dinheiro em banco, que segundo seu
pai o melhor lugar para guardar dinheiro era em casa, perto dos olhos.
Quando o
“contador” retornou trouxe uma bolsa a tira colo (de nylon) contendo um volume
de dólar amarrado com elásticos. Disse ali conter em torno de R$ 300.000,00,
que pertenciam a sua mulher que trabalhava com compra e venda de ouro. Aí o
telefone do “contador” tocou, era o filho do “Schmitd” avisando que o dinheiro
estaria disponível em duas horas e que prepararia os documentos de doação para
o “contador” e para mim, a fim de isentar-nos do IR. Agora, o “baixinho” queria que eu mostrasse
também ter dinheiro suficiente para não desejar o dele. O “contador” perguntou
se eu tinha dólar para mostrar, eu disse que não. E na poupança?, eu disse: Muito pouco! Então o “contador” explicou que como
aposentada eu conseguiria retirar do banco até 20 mil, é lei!
Até agora não sei explicar o que aconteceu comigo, se fui
hipnotizada, intoxicada por algum pozinho ou, o que é pior, enrolada pela lábia
de dois, digo, três estelionatários profissionais que se aproveitaram da minha
boa vontade com o próximo, mas eu fui ao banco, baixei aplicação e saquei 8 mil. Dentro do banco enquanto aguardava
atendimento em fila eu estava nervosa e preocupada em agilizar todo o processo
bancário pois havia alguém me esperando.
Quando retornei ao carro, o “baixinho” estava com ânsias de vômito e com
forte dor de cabeça e precisava urgentemente tomar um remédio. O “contador” me
mostrou no celular o nome da rua Felix da Cunha que era onde o “filho do
Schmitd” estava nos aguardando para fazer o pagamento, mas antes teríamos que
passar numa farmácia para comprar o remédio.
Assim que o carro andou o
“baixinho” queria contar o dinheiro que eu trouxe. Eu disse que não precisava,
pois o banco fazia a contagem, mas ele só confiava no que os olhos viam. E eu
passei o dinheiro! Ele colocou no banco ao
seu lado e fez ruído de iria vomitar e enfiou a cara dentro um saco. Quando
chegamos à Praça Saens Peña o “contador” entrou à direita e apontou para a
Venâncio que fica no entorno. Pediu que eu fosse lá para comprar o remédio.
Qual o remédio?, perguntei. Anador, disse. Eu ainda perguntei: Anador, para
quem está com ânsias? Sim, a dor é muito grande, disse. Deu-me umas moedas e
ainda pediu que eu trouxesse uma garrafa d’água. Virei para pegar meu dinheiro e o “baixinho”
fez novo ruído de vômito e enfiou a cara no saco o “contador” acelerou o carro
e eu corri para a farmácia. Logo na entrada peguei uma garrafa de 1,5l e corri
para pegar o remédio. Quando saí e não vi o carro, ainda liguei para o celular
do “contador” e só deu caixa postal, foi que tive a certeza de que caíra num
golpe.
Minha intenção em tornar isso público e para que ninguém
caia na conversa desses caras. O alvo são mulheres de mais de 50. Ajude-me a
divulgar.
M.C.W. Amaral"