maio 18, 2015

Gravidez e trabalho: dúvidas de uma mãe de primeira viagem



Fiquei um tempo afastada do blog por motivos de saúde e, no meio tempo, pela gravidez. Voltei à minha rotina na semana passada e até estava postando normalmente, até que senti uma sobrecarga de cansaço. Cansaço físico e mental. Sei que a gestação dá muito sono (e como dá, gente) e que ficamos mais sensíveis a tudo, mas socorro! Cheguei em um ponto que tudo que estava guardado de paciência e compreensão se esgotou. Tudo que era humano suportar eu aguentei, mas nesse fim de semana senti a corda arrebentar.

Insônia, ansiedade, agonia no peito, pensamentos a mil, cobranças, entregas, pressão, sono quando não dá para dormir, cobranças, críticas de coisas pífias, mais ansiedade, muitas cobranças e nada, mas nada mesmo que me ajude a ter um pouquinho de resiliência. Chega uma hora que não dá. 

As pessoas sem o menor argumento te pedem compreensão, quando todas as vezes você a deu. Mas e quando eu preciso eu as tenho? Se eu ajo uma vez só de forma rígida, eu estou errada? Chega uma hora que é apenas uma gota que faz o copo transbordar e eu já estou chegando no ponto de jogar esse copo longe. Para toda e qualquer relação dar certo é preciso que haja uma via de mão dupla. Se apenas uma parte está dando e não está recebendo, é porque algo muito errado está acontecendo. 

E eu hoje me vejo assim naquilo que mais amo fazer. Até uns meses atrás eu deveria ignorar e passar adiante, mas agora tenho um ser que depende de mim e segurança é algo que eu preciso ter. Estabilidade emocional, principalmente, é algo da qual eu necessito. Se eu tenho do meu marido, ótimo. Se tenho da família inteira, melhor ainda. Mas onde passo a maior parte do meu dia também deve colaborar. Se vou deixar meu filho algumas horas essenciais em troca disso, precisa ser prazeroso. E era. E eu tenho sofrido muito por não ser mais. Pela falta de estabilidade emocional, pela segurança, pela injustiça, pelos pequenos erros, por visões egoístas, por falta de educação e tantas coisas que imaginava que poderiam ser os hormônios da gravidez, mas que conversando com quem não está eu entendo que não é fricote. 


No auge da crise de ansiedade e desespero financeiro me deparei com um e-mail da Carolinie que convidava mulheres a conhecerem o mães empreendedoras. E foi conhecendo o A.M.E que foi reforçado em mim algo que eu já vinha trabalhando há tempos, mas deixava de lado pela comodidade da rotina. Se vou pôr em prática não sei, mas a semente foi plantada. Tenho pelo menos 10 meses para decidir o que fazer. Rezo todos os dias para a maré mudar e voltar a ser como antes ou que algo mude radicalmente para melhor. Eu amo o que faço, mas o que recebo não me parece mais suficiente - e não falo em dinheiro nessa hora, falo de ética, valores e justiça.

Achei que essas dúvidas sobre maternidade e trabalho só viriam futuramente ou que eu decidiria na prática. Ter que começar a pensar nisso precocemente está me deixando em frangalhos. Amo os dois, mas como mantê-los em níveis saudáveis? Eu ainda não sei.

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Priscilla
Priscilla

Mãe, esposa, jornalista e dona de casa. Adora cuidar do lar, de música e gatos. Aquela dos olhos coloridos.

3 comentários:

  1. Pri, dizem que se conselho fosse bom a gente não dava, vendia. Mas como vc é minha amiga, deixa eu te contar minha experiência como mãe de duas: eu trabalhei até quase o dia de ter as minhas, e voltei a trabalhar quando elas tinham 2 meses. Na época eu achava que era o certo, pois não podia recusar trabalho - vc sabe, eu sou autônoma - mas hoje eu me questiono, e de certa forma me arrependo. Não valeu a pena, e o tempo não volta atrás. Não sacrifique esse momento, se eu pudesse te falar só uma coisa, seria isso.
    Mas claro, your life, your decision...
    Beijos!
    Lu

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  2. vi que vc tava mesmo sumida! parabens pela gravidez lindona, acho legal abordar esse tema aqui pras meninas que estao passando pela msm situação etc ;)

    www.tofucolorido.com.br
    www.facebook.com/blogtofucolorido

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  3. Não tenho coisas boas pra te contar sobre finanças. Eu trabalhava na area financeira de uma empresa familiar. Com a gravidez achei que seria facil continuar até o nono mes, mas eu chegava em casa do trabalho e chorava no banho, chorava de raiva, chorava de tudo. Me sentia muito estressada em ter q lidar com fornecedores, clientes..estava a ponto de explodir. na epoca conversei com meu marido que estava iniciando um trabalho novo e tanto ele quanto eu, estavamos pensando positivo que tudo daria certo. Então eu larguei o meu no quinto mes de gravidez e o que meu marido ganhava dava pra fazer as coisas normais e ir preparando para o Rafi nascer. Rafi nasceu, o convenio pagava o hospital e 30% do parto, já que meu medico é particular e trabalha com convenio. Deu pra juntar dinheiro antes dele nascer e pagamos a vista. Beleza...meses se passaram..quando o Rafi alcançou seu 5 mes de vida a coisa começou a apertar por aqui. O trabalho dele nao ia tao bem, investimos grana alta e nao estavamos tendo retorno. Tivemos que parar e com isso contas e mais contas se acumularam..enfim..o nome dele foi pra protesto e está ate hj, depois de um ano. Eu quis voltar a trabalhar, mas tudo é permissao de Deus em nossas vidas. Sei que o tempo não volta atras caso deixasse em ele creche. Acompanho cada passo e evolução do pequeno e pelo menos saúde, alimentaçao, teto não tem nos faltado. O Amor supera..nossa fé também. Então creio que tudo vai voltar como antes, vou tirando alguns publis, marido vai fazendo alguns bicos..estamos vendendo um imovel que já tinhamos e estava alugado..enfim!

    Insegurança faz parte...mas ore e peça para Deus iluminar seus caminhos que nada lhe faltará!
    Desculpe pelo texto...falei aqui o que a maioria nem sabe o que acontece comigo, pois sempre estou pra cima, alegre e não deixo transparecer nossos problemas! Fique em paz! Beijos

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