A descoberta da gravidez (e alguns sintomas)

As experiências da gravidez vão passando muito rápido. E não digo isso por saudosismo, já que alguns sintomas são mesmo desagradáveis. Falo dos acontecimentos, da descoberta até agora ao sentir os primeiros chutes na barriga. Parece que foi há alguns dias que eu estava desconfiada de que havia alguém dentro de mim e fui na farmácia comprar um teste de gravidez. Um não, dois! Porque sou muito desconfiada e preciso ter certeza absoluta das coisas. 

E naquela quarta pela manhã, após o Rodrigo sair de casa para trabalhar, decidi buscar a caixinha que eu tinha escondido há alguns dias. Sim, me faltou coragem de fazer de imediato. Esperei alguns dias, talvez na esperança de que desse positivo mesmo. Meu sexto sentido nunca falhou e eu estava sentindo meu corpo diferente há semanas. Naquela noite eu tinha sonhado com vários filhotes de gato e isso para mim era um grande sinal. Então fui fazer xixi no palitinho e esperei os minutos que pediam. A Lola estava sentada na minha frente como quem esperava o anúncio papel. Meus olhos ansiosos não desgrudavam de cada mudança. Uma listrinha rosa bem forte. Outra listrinha rosa não tão forte. Eu sabia! Estava grávida. Fraca ou não, a listra só aparece para quem está grávida.

Na hora me bateu a vontade de fazer o segundo, mas eu queria esperar mais um pouco. Eu ria e chorava. Não cansava de olhar o palitinho. Vasculhei o armário atrás de um pedido de beta hcg que eu  tinha guardado há mais de um ano, quando minha médica me deu por precaução. Me arrumei e fui correndo fazer o exame antes de trabalhar. Segundo a moça do laboratório Sergio Franco ficava pronto no mesmo dia, mas tive que esperar dois para ter certeza. Que ansiedade! Contei para o marido na mesma noite, porque eu tinha certeza! Passei dois infinitos dias olhando de dez em dez minutos o resultado online para ver se já tinha saído e, um dia, durante o expediente, ele estava lá lindo e positivo, com uma taxa alta! Para finalizar, fiz o segundo teste de urina e estavam lá as duas listras rosas mais fortes do que nunca. Meu bebê estava a caminho.

As semanas seguintes foram de enjoo, muito sono, seios crescendo e vendo aquele ser crescendo tão perfeito dentro de mim. O coração batendo, os contornos ainda em formação, a coluna formada, a translucência nucal normal, o osso nasal, os dedinhos, os pés e o tão procurado pintinho!

Há alguns dias comecei a sentir uma borboletinha dentro de mim e logo se transformou em pequenos socos de dentro para fora. A cada vez que sinto fico mais boba de como é maravilhoso gerar uma vida. É difícil crer que tem alguém aqui, mas é tão mais fácil quando esse ser é seu. Fruto do amor, de uma relação sólida e construída para esperar por ele.

Segundo o espiritismo são os filhos que escolhem os pais e eu me sinto muito abençoada por ele ter optado por mim.

Eu sempre achei bonito dizer que no meu peito bate forte um coração. Mas é mais lindo ter um coração batendo no útero.

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