junho 09, 2017

Cuidados com gatos

cuidando de gatos

Que eu sou apaixonada por gatos muita gente sabe. Desde os meus quatro anos de idade crio felinos em casa e estudei bastante sobre eles para entender melhor esse universo deles. Já tive muitos gatos, mesmo! Mais de 40! Atualmente tenho apenas a Lola, porque me concentrei em maior qualidade do que quantidade e até porque, ela é alpha e não gosta de contato com outros gatos. Reuni nesse post algumas dicas para quem quer ter ou já tem um bichano, mas quer se aperfeiçoar. 

Segundo levantamento do IBGE em parceria com a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) já são mais de 22 milhões de gatos que vivem como animais de estimação no Brasil. Em relação à alimentação existem alguns cuidados: os felinos são animais estritamente carnívoros. Eles não possuem a amilase salivar, enzima responsável pela quebra de açúcares, e por isso esses pets têm dificuldade em digerir carboidratos. Por isso, alimentos com alto teor de proteínas e lipídios e baixo teor de carboidratos são a dieta mais indicada aos gatos.

Dicas
Os cuidados começam pela escolha de uma ração de qualidade adequada à fase da vida do animal, se é castrado ou não, ou até mesmo "rações de tratamento", que ajudam a minimizar os sintomas de doenças como problemas renais, cardíacos, obesidade, entre outros. Além disso, água fresca, potes corretamente limpos, ambiente confortável e seguro e higiene frequente da caixa de areia colaboram de forma significativa para o bem estar do animal. Sem esquecer, é claro, que arranhadores para afiarem as unhas, atividades físicas como brincadeiras e o afeto do tutor também são essenciais.

A aplicação mensal de antipulgas evita o desconforto causado por parasitas, vermes e até possíveis problemas de pele. Da mesma forma, a administração do vermífugo deve ser realizada mensalmente, evitando anemias e até mesmo doenças como a dirofilariose. Outro problema bastante comum são as bolas de pelos formadas no aparelho digestivo devido ao hábito do animal lamber-se para cuidar de sua própria higiene. Quando não eliminadas naturalmente pelo trato gastrointestinal provocam desconforto e vômitos.

cuidado com gatos
Para auxiliar a passagem e eliminação natural das bolas de pelos existem no mercado diversas opções de medicamentos. “Dar remédios para gatos não costuma ser tarefa fácil para o tutor, por isso, desenvolvemos vermífugos e medicamentos para tratar bolas de pelos em apresentações que facilitam este processo e com sabores atrativos para os gatos”, explica Sandra Schuster, farmacêutica e sócia-proprietária da DrogaVET. “Pastas nos sabores frango ou peixe são as mais procuradas, pois podem ser aplicadas na pata do animal induzindo-o a lamber o medicamento”, complementa.

A aplicação da vacina quíntupla previne as seguintes doenças felinas: rinotraqueíte, calicivirose, panleucopenia, clamidiose e leucemia. A primeira dose deve ser aplicada quando o gato completar 60 dias, a segunda com 90 e a terceira com 120 dias. Já a vacina anti-rábica deve ser administrada uma semana após a terceira dose da vacina quíntupla. Após este programa preventivo inicial, as duas vacinas devem ser reforçadas anualmente.

O cuidado com a programação vacinal evita grandes transtornos aos tutores e sofrimento aos bichanos. A rinotraqueíte é conhecida como gripe do gato e causa espirros, corrimento nasal, salivação, aftas e febre. Também atingindo o sistema respiratório dos gatos, a calicivirose é uma infecção bastante séria e sem cura. A panleucopenia é uma doença viral de alta mortalidade que acomete o sistema digestivo, respiratório e até a medula óssea, provocando diarreia, vômitos e febre. Considerada uma zoonose (pode ser transmitida ao homem), a clamidiose felina é uma infecção que afeta o trato respiratório e ocular dos gatos provocando sintomas como da conjuntivite e rinite. Já a leucemia felina é considerada a causa de morte por doença infecciosa mais comum em gatos. Causa imunossupressão e deixa o gato indefeso contra qualquer outra doença. Os sintomas são debilidade, perda de peso e de apetite.

Outra doença que vem afetando os bichanos é a FIV ou AIDS Felina. Não é transmissível aos humanos, mas provoca nos gatos as mesmas complicações enfrentadas pelas pessoas portadoras do vírus HIV. A AIDS felina ainda não tem cura e ataca o sistema imunológico, podendo ser controlada por meio de diversas medicações. "O tratamento apresenta mais eficiência quando o controle do vírus é feito logo no início da doença", explica Andressa.

Dificuldades para urinar e sangue na urina podem ser sintomas da Síndrome Urológica Felina, doença com maior incidência em machos, que afeta o trato urinário e pode até mesmo desencadear um quadro de insuficiência renal - levando o animal à óbito. Afeta principalmente os gatos com idade avançada, obesos, com pouca atividade física ou baixa hidratação. Já a Peritonite Infecciosa Felina (PIF) é uma doença contagiosa que acomete principalmente gatos com até 2 anos de idade e trata-se de um processo inflamatório da membrana que reveste a cavidade abdominal, chamada peritônio.

Outra doença que chamou a atenção pelo crescimento de casos nos últimos anos é a Esporotricose, micose causada pelo fungo Sporotrix s., que pode ser transmitida através de mordidas, arranhaduras, contato com a pele de animal infectado ou com algum item contaminado, como cascas de árvores, farpas, espinhos e o próprio solo. Essa zoonose é identificada por alterações na pele que parecem feridas de brigas e iniciam-se nos membros, cabeça ou base da cauda.

A boa notícia é que há tratamento com o fármaco itraconazol. Como trata-se de um tratamento de longo prazo, os medicamentos manipulados têm ganhado a preferência dos tutores, pois podem ser manipulados em forma de suspensão, biscoito, cápsula ou pasta oral no sabor de preferência do felino. “Estamos em constante busca por inovações que possam melhorar a saúde dos animais e por isso a DrogaVET patrocina algumas pesquisas em parceria com grandes universidades. Um destes estudos visa descobrir novas alternativas para o tratamento da esporotricose e estamos esperançosos que, em breve, teremos novidades a oferecer ao mercado”, relata Sandra Schuster.

Encerrando as dicas de prevenção às doenças é fundamental citar a castração, que evita as saídas dos gatos para as ruas e o consequente risco de contato com animais contaminados. “A castração não evita apenas crias indesejadas e doenças como o câncer de mama e de útero, ela auxilia na prevenção de inúmeras doenças”, alerta Andressa. “Não é à toa que dizem que a castração é um ato de amor e de cuidado”, finaliza.

Alimentação
Apesar de os cães também serem classificados como carnívoros, há diferenças nutricionais entre a dieta das duas espécies. O gato necessita de uma quantidade proteica 40% maior que a do cão para uma alimentação completa. Além disso, o sistema digestivo felino está sempre ativo para lidar com altas doses de proteína, digerindo-as e transformando os aminoácidos em energia. Diferentemente dos gatos, os cães são carnívoros oportunistas, o que significa que, se necessário, podem completar sua dieta com frutas, vegetais e grãos em pequenas porções. Por isso, não é recomendável oferecer rações de cães aos gatos e vice-versa. Cada animal deve ter as suas particularidades nutricionais respeitadas.

A própria natureza do gato já mostra que ele não está preparado para comer grãos ou carboidratos. Seus 30 dentes molares – 12 a menos que os cães - comprovam sua maior necessidade de consumir proteína, principalmente as de origem animal, uma vez que não conseguem digerir as proteínas de origem vegetal. Outro fator importante é a capacidade de armazenamento. ”Os bichanos não armazenam as proteínas excedentes para mais tarde, como os humanos ou os cães fazem. Por esse motivo, todos os dias eles precisam contar com uma alimentação completa”, explica Patrícia Padovez, médica veterinária e coordenadora técnica da Farmina Pet Foods.

Os felinos precisam ingerir dois aminoácidos obrigatoriamente pois não conseguem “fabricá-los” através do metabolismo de proteínas: a Arginina e a Taurina. Esses dois nutrientes são encontrados em níveis altos somente na proteína de origem animal. Esse fato confirma que durante a evolução dos felinos, seu metabolismo não foi “obrigado” a se adaptar à falta desses nutrientes (como ocorreu nos cães), por isso os gatos não podem deixar de ingerir esses dois aminoácidos em hipótese alguma.

Comer menos e mais vezes é outra característica típica dos gatos. Esse hábito se dá devido aos aspectos anatômicos do animal: a conformação dos dentes e maxilar, o pequeno diâmetro estomacal e sua menor capacidade de distensão. Dessa forma, os gatos costumam fazer de 10 a 20 refeições diárias, e não duas ou três, como os cães.

Depois de conhecer todas as necessidades nutricionais de um felino, fica mais fácil escolher com segurança a ração ideal para o bichano. Atualmente, no mercado, há diversos produtos que suprem as necessidades do animal quando o assunto é proteína e aminoácidos essenciais. Porém, muitos deles ainda oferecem grãos. A recomendação, portanto, é optar por alimentos sem cereais ou com baixa quantidade desses grãos. Recomendo rações sem corantes, ou seja, aquelas que não tem grão coloridos, porque sobrecarregam os rins dos bichanos também.

Higiene

A caixa de areia precisa sempre estar limpa. Se não tiver, seu gato irá procurar outro local mais limpo e isso pode ser sua cama, sofá ou tapete. Uma boa areia também faz diferença. Não precisa ser a mais cara ou cheirosa, mas ser uma que seu gato se sinta bem. Alguns preferem grãos grossos, já a Lola prefere os finos. Existem também as sílicas, que absorvem totalmente o cheiro, mas são mais caras.

Banho e tosa também são necessários aos gatos, mas com uma recorrência menor que cachorros, porque os felinos se higienizam muito bem. Apenas aqueles que possuem pelo longo e pelagem clara necessitam de cuidados maiores na tosa e banho. Além disso, cortar as unhas faz parte do cuidado com gatos. Compre uma tesoura especial e peça para quem sabe ensinar, porque existem regras, como por exemplo, não chegar perto da parte irrigada da unha.

Veja no vídeo abaixo mais algumas dicas:

Priscilla
Priscilla

Mãe, esposa, jornalista e dona de casa. Adora cuidar do lar, de música e gatos. Aquela dos olhos coloridos.

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