Manter a chama da paixão acesa é um dos maiores desafios para os casais. Aqui em casa isso não chega a se tornar propriamente um desafio, mas é algo que sempre lembramos em nunca deixar esquecido. Mesmo após 10 anos juntos, nunca vi um momento em que um ou o outro ou os dois não estivessem ali tentando realizar a conquista. Lógico que com o passar dos anos a forma de realizar essa conquista é diferente.
No início do namoro o dia 12 de junho era bastante comemorado, apesar de eu sempre achar que era uma data apenas para o comércio ganhar dinheiro. Presentes fofos e desejados, jantares românticos, idas ao motel e muitas declarações de diferentes maneiras possíveis. Aí veio o noivado e o freio nas contas pra poder pagar enxoval, cerimônia, festa, viagem de lua de mel, decoração da casa nova e todas aquelas mini reformas. Tudo de comum acordo e nosso dia dos namorados foi resumido a jantar romântico e uma lembrancinha. Nunca fomos ligados a presentes em datas específicas mesmo.
Depois do casamento o dia dos namorados continuou a ser celebrado, só que dessa vez em casa. Os jantares eram feitos em casa e a decoração toda feita com muito amor. Os presentes não vinham no dia 12 em si, mas sabíamos que quando vinha era com o mesmo amor e não por data comercial. E então engravidei e o nosso último dia dos namorados antes dos filhos foi em meio a uma correria tremenda de rotina de trabalho. Ambos passaram em uma lojinha de chocolates para comprar um agrado de véspera - nossa cabeça estava mais preocupada com a organização de chá de bebê, enxoval e reforma ou mudança da casa do que em data comercial.
Após a chegada do Ivan o dia dos namorados continuou a ser lembrado. Tornou-se um momento para jamais deixar a chama apagar. Uma lembrança daqueles que sempre foram apaixonados e viviam da conquista. Com o bebê em casa, fazendo quase sete meses, não deu pra fazer jantar. Mas pedimos uma comida no restaurante e celebramos da maneira que dava. Não teve presente, não teve declarações de amor. Mas sabíamos o que sentíamos e sabíamos que estávamos vivendo o melhor momento das nossas vidas.
Não sentimos que perdemos algo, pelo contrário, nossa vida a dois tinha ganhado mais força e impulso para alimentar o relacionamento. Este ano, com o bebê já maior e mais independente programamos um almocinho com mesa posta feita com amor e um jantar com petiscos e vinho. Claro que a comemoração noturna virá após o bebê dormir. Pequenos prazeres e concessões que precisamos viver para manter o casamento sempre animado e com paixão.
Nossa vida a dois é muito valiosa e ok se não tiver presente. Ok se não der nem pra jantar e beber um vinho. Outras noites e momentos virão para celebrarmos o amor. O que importa é estar ao lado do outro, olhar nos olhos e saber que o amor ainda está ali. Em meio as fraldas, choros e pirraças de criança. A vida se desenha para novos momentos e estar preparado para encará-los é ser maduro o suficiente para entender que paixão nada tem a ver com presentes e noites de sexo. É se importar e se entregar a quem você quer bem.
Isso pode ser com um beijo, com um café da manhã na cama, um cartão ou um brinde no escuro da sala (porque se acender a luz o filho acorda e vem).
No vídeo abaixo vocês podem conferir um bate papo sobre nossa relação (muito além de dia dos namorados).