Não sei de onde surgiu a expressão "dormiu feito um bebê", porque aqui em casa o bebê nunca dormiu bem. Antes de ser mãe sempre ouvi muito que as crianças dormiam a noite toda, que apenas nos períodos de cólica é que eles despertavam com frequência. Após conhecer a maternidade vi que não é bem assim, ainda que existissem mãe que afirmassem que seus bebês sempre dormiam a noite toda e sozinhos.
Esse processo do sono aqui não foi fácil. Ivan não dormia mais que 40 minutos até os três meses e como eu tinha hiperlactação, precisava ordenhar após as mamadas para que o peito ficasse vazio mesmo. Isso levava uns 20 minutos, o que significa que eu tinha em torno de 20 minutos para dormir até a hora que ele acordasse. Eu virei um trapo nessa época. Até os cinco meses Ivan dormia uma hora e eu continuei tendo que ordenhar, mas dessa vez antes e depois, já que a parte mais "aguada" do leite era o que ele estava mamando e não ganhava peso. Precisava tirar a maior parte "aguada" e dar o grosso com gordura. 20 minutos antes mais vinte minutos depois continuava me dando 20 minutos de cochilo entre as mamadas. Me tornei uma tripa.
Após os cinco meses ele passou a dormir três horas e o leite estabilizou e não precisei mais ordenhar, foi quando comecei a dormir bem, acordando umas duas vezes na madrugada apenas para mamadas de 20 minutos. Seguiu-se assim até ele ir para o quarto dele quando ele tinha um ano e cinco meses. Ali percebi que ele precisava dormir bem, porque no meu quarto estava no ritmo de acordar pelas mamadas (que não chegavam a durar cinco minutos).
O processo dele dormir sozinho durou 40 dias e as acordadas na madrugada caíram para uma, algumas dando peito e outras não. Mas nem tudo são flores e, pouco depois que entrou na escola, ele teve uma recaída e passou a me procurar umas três vezes na madrugada para mamar. Isso foi consequência da entrada de um amigo novo que chorava o dia inteiro chamando pela mãe e ele passou a ter essa necessidade de mim aumentada. Paciência, amor, colo e peito.
Hoje, aos dois anos e um mês, ele continua acordando na madrugada várias vezes - uma média de cinco - procura o peito, sente o cheiro, mama e dorme. Preciso retirar esse hábito dele novamente, porque está me consumindo de uma forma que nem quando recém nascido me dava, porque agora eu não tenho licença maternidade pra me permitir cochilar durante o dia.
Quando o filho não dorme ou dorme mal muitas vezes tem culpa nossa no caminho. No meu caso é o peito, que eu poderia controlar e reduzir as mamadas, mas por cansaço acabo dando pra não ouvir o berreiro de madrugada. Houve um período de paz e tranquilidade de sono normal, no despertar de uma vez na madrugada, mas agora piorou e eu não tive forças para mudar isso.
O que podemos fazer é chamar a equipe e ajudar. No caso, o pai, avó, uma tia...alguém que possa ser seu porto seguro nesse momento, porque quando estamos exaustas não temos como iniciar um ciclo de mudanças no sono. Meu marido tem sono pesado e não escuta quando Ivan chama ou acorda, logo eu sempre tenho que tomar à frente e quando tomo Ivan procura peito.
Sei que esse processo envolverá parte do desmame, já que o noturno é o que mais me desgasta, mas estou certa de que não é apenas o meu dormir bem que está envolvido, como também o dele. Quando ele dormia melhor, aproveitava mais o dia. Hoje já fica mais irritado, apesar de que ele cochila quando quer durante o dia.
Em todo caso, se em seis meses isso não estabilizar procurarei uma especialista do sono para me orientar e ajudar no processo com Ivan. Sei que existem fases, saltos e picos nessa infância - e estou me sustentando nisso para ter paciência -, mas chega um momento que o filho não dormir ou dormir mal prejudica a saúde física, mental e familiar.
Como é o sono do seu bebê por aí?